quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Seu estômago é um cemitério


Pode-se pensar em inúmeras formas de se referir ao hábito de comer carne que as pessoas desenvolveram durante a "evolução", mas nenhuma frase para mim se refere mais a esse costume do que essa que escolhi como janela de entrada para meu texto. Não que esteja querendo ser dramática, ou fazer com que as pessoas se sintam chocadas com o título, mas só quero que quem esteja lendo reflita que o que vai para os seus estômagos são animaizinhos mortos (nem tente negar)!

Esses seres vivos, como nós, antes estavam correndo em pastos, brincando na lama, nadando, ciscando por ai, mal sabendo que sua existência é tão ínfima que se destina somente a suprir necessidades de seres humanos sedentos por carne. O que esses sanguinários não sabem é que o estômago humano não foi feito para digerir carne. O ser humano onívoro é um mito (pasme...)! Estudos mostram que o consumo da carne provoca doenças como artrite, artrose, e outras do tipo (o organismo começa digerindo a carne do animal e depois passa a digerir as cartilagens do humano, devido à proximidade com a composição da carne dos bichos).

A pecuária também é a maior responsável pelo desequilíbrio ambiental. Além de provocar desmatamentos e queimadas ilegais, os bovinos e suínos são os grandes responsáveis pelos gases do efeito estufa (o popularmente conhecido como “pum” dos animais possui enxofre,um dos agravantes do buraco da camada de ozônio). Animais também bebem água em excesso, e a produção da ração para alimentá-los é nociva ao meio ambiente.

Mesmo assim, muitos vêem a prática do vegetarianismo como uma “frescura”. Ser vegetariano nesse país não é uma tarefa fácil. O Brasil é um dos maiores exportadores de carne do mundo, e a área de pecuária que possuímos no nosso país é imensa! A maior partes dos restaurantes que freqüento coloca carne em praticamente 70% das opções (incluindo algumas opções da salada que já possui uma variedade quase nula nesses locais). Seria masoquismo ter que mudar seus hábitos alimentares drasticamente por simples luxo.

Mas o que move esse hábito, a fome?

Não, o dinheiro! Se fosse somente para alimentar, saciar a fome de pobres coitados (mais coitados do que pobres, pois a carne é um produto caro) seria compreensível. Mas os grandes empresários querem mesmo é o lucro, querem girar a roda do capitalismo e encher o bolso de grana, dindin, bufunfa! Eles mal se importam com o bem estar do consumidor ou do mundo em que vivem. Mais uma vez o capitalismo prejudicando o meio ambiente, formando a opinião das pessoas da forma que mais o irá favorecer.

Meu nome é Tatiana Oliveira, sou vegetariana há 9 meses, e está na hora de espalhar essa prática ao mundo e comer (opa!)... colher os frutos e benefícios que este estilo de vida pode trazer! Já fui uma das pessoas que falavam que não conseguiria viver sem carne, comia animais mortos em todas as refeições do dia, religiosamente, mas hoje não consigo mais ingerir sequer um pedacinho de defunto! Mas essa sou eu, apenas uma pessoa fazendo a minha parte, como algumas outras já tentam fazer por ai.

2 comentários:

  1. A humanidade ainda passará por vários estágios da evolução até atingir uma consciência física e psicológica onde a carne passe a ser vista apenas como uma lembrança de um cardápio que um dia foi real. Há pessoas no mundo que ainda não estão preparadas para aceitar uma dieta sem carne. Não por maldade ou falta de respeito. Há questões culturais e orgânicas envolvidas no assunto. Com um trabalho gradual e constante todos os seres poderão viver em harmonia no futuro.

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  2. Sim, eu como pedaços de animais mortos. E como vegetais, que também são seres vivos.
    Mesmo sabendo disso eu não entendo porque eu não poderia comê-los. Eu não sou contra vegetarianos. E nem a favor de uma carniceria, ou carnificina (se preferirem).
    Se a pessoa possui uma razão para deixar de comer carne, eu respeito. Ainda mais quando essa pessoa supre a proteína necessária para o corpo dela com outros alimentos - isso é ótimo.
    O que não é certo é se privar ou comer abusivamente. É preciso haver um equilíbrio na nossa alimentação. Isso significa que devemos tentar comer de tudo um pouco.
    Acho que isso é uma questão de costume. Eu sou filha de veterinários, tenho convívio com animais, já vi muitos deles serem mortos para o consumo de suas carnes (na faca e no frigorífico). Já comi tanta carne de peixe cru! Já enchi linguiça de porco. Já assei um carneiro. Já sangrei um frango, limpei, esquartejei, piquei, cozinhei e comi.
    Eu adoro comer carne, mas também não sou viciada. É uma das minhas opções de comida, mas não a principal. Então, se não tiver um pedaço de carne para comer todos os dias, eu não vou morrer por isso.
    Eu como carne porque na minha cultura isso é normal. Não é por isso que vamos comer carne de cachorro, como na China.
    Só não parei de comer carne até hoje, porque não vi necessidade. O dia em que a carne que estou comendo fizer mal para minha saúde, eu evito ao máximo até não comer mais.
    A carne não é um bem sagrado. Eu me lembro que nas aulas de Antropologia, a gente estudou que não existe uma sociedade mais ou menos evoluída, porque isso é muito relativo. Assim como o preparo e o sabor da carne, que podem deixá-la mais ou menos apetitosa. É preciso conviver com a diversidade de hábitos alimentares.

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